domingo, 13 de julho de 2008

O relacionamento entre os falantes de língua Ekoti e os de Emakhua

Por: Sérgio António Omar
Emakhuwa e Ekoti são duas línguas diferentes mas com bases estreitas e bem ligadas. Tais estreitamentos, devem-se ou deveu-se pelo facto de movimentos populacionais provocados por factores sócio-culturais, religiosos e políticos criarem um dinamismo em sentidos reversivos entre as duas comunidades linguísticas. Uma vez a língua Ekoti surgir como resultado da fusão entre o Emakhuwa e Ki-swahili, apresenta-se com fortes relações entre os termos destas línguas.

Actualmente nota-se uma tendência de uso de alguns termos quer vindos de Emakhuwa para Ekoti ou vice-versa, tal é o exemplo da palavra “ovatha” que outrora era “wuuma” significando “dureza”. As línguas não são estáticas, mas dinâmicas e permitem a interferência linguística, ou seja, a realidade que quisemos mostrar é dos exemplos mais claros. É sempre interessantes trabalhos, como este, pois permite ajudar a compreender sobre a introdução de alguns vocábulos de proveniência diversa da língua.

Ademais, no que concerne aos factores comerciais, os macuas provenientes do interior eram e são essencialmente produtores de alguns géneros alimentícios da primeira necessidade (mandioca, arroz, caju, coco e outros cereais), devido a sua localização geográfica. Enquanto que, os Ekotis praticavam a pesca, como actividade básica. Neste caso, com a necessidade de trocas comerciais havendo um intercâmbio linguístico e promovendo o dinamismo nas duas línguas (Emakhuwa e Ekoti) para além da escaravatura.

Deste modo, partindo do princípio que as línguas não são estáticas, o processo de relacionamento entre o Emakhuwa e Ekoti ganhou novos patamares, através da evolução dos processos históricos, sociais, tecnológicos e linguísticos, permitindo assim o enriquecimento lexical.

É crucial, destacar que esta relação dos falantes não é unânime, porque os makhuwas sendo indivíduos deslocados da sua região para Angoche, a necessidade de aprender o Ekoti é maior, por conseguinte os Kotis não se preocupavam em falar o Emakhuwa, mas em perceber. Em suma, pode-se dizer que o Ekoti possui uma grande diversidade relativamente ao Ekoti falado nas Ilhas, por causa da influência do Emakhuwa, é por isso, que se diz que os falantes de Ekoti e Emakhuwa se relacionam e partilham algumas identidades linguísticas para manter a harmonia social e o intercâmbio entre os falantes destas línguas, (Emakhuwa e Ekoti) no distrito de Angoche.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

LOCALIZAÇÃO DA LÍNGUA EKOTI (COTI, ECOTI)

Por: Sérgio António Omar
A língua Ekoti é uma língua Moçambicana falada principalmente no arquipélago de Angoche, constituído por várias Ilhas nomeadamente Mitthubane, Mshelelele, Kathamweyo, Mlukutthu, Khiluwa, Mitthepeni, Maziwani, Yaarupa, Kalukhulu, Thamoole, Phuuli, Wiikuri, Mambassa, Nyaakupwa e cidade distrito de Angoche na província de Nampula. Em 1989, a Administração local estimou em cerca de 64.200 o número de falantes de Ekoti[1].
Ekoti, como todas as línguas Moçambicanas, faz parte de uma grande família de línguas chamada Bantu.
A língua Ekoti é tida como variante do Emakhuwa, mas tem internamente o dialecto de Nlai[2] Enatthembo, variante esta que faz o conjunto das outras como E- Sakachi ou Dhei-dhei[3] Enahara, Esaaka, Esankaci, Emetto, Emarevoni e Elomwe.
Na classificação do grupo linguístico, o Ekoti é do grupo *P35 do Emakhuwa segundo a classificação de Guthrie (1967-71,vol.I).[4]
De salientar que a língua Ekoti é dividida em duas zonas distintas: da região continental e da região insular constituídas pelos Ampamelas e os Akoti respectivamente. Os Akoti são residentes do bairro de Ingúri e arredores e os das Ilhas, enquanto os Ampamelas são da região continental é o caso de Namaponda.
Cont..
[1] Mucanheia (1997)
[2] Nlai variante do Ekoti falada no bairro mais populoso de Angoche (Ingúri) e que tem fortes traços da língua Emakhuwa e portuguesa. (Ente os Macuas em Angoche Pp. 165).
[3] É-Sakatchi ou Dhei-dhei Enatthembo (língua de Sangage), falada na península de Sangage e porção continental fronteira, esta variante, em franco declínio, é hoje falada apenas por 5 a 10.000 nativos.
[4] Entretanto, a situação do Ekoti falado no distrito de Angoche parece exigir a realização de estudos mais profundos para se estabelecer o seu estatuto, i.e., se uma língua é autônoma ou variante do Emakhuwa.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Angoche fustigada pelo Ciclone Jokwe


O Ciclone Jokwe , está a fustigar Moçambique com rajadas de vento de 200 quilômetros por hora nas províncias de Nampula desde a noite do dia 7 e agora Centro do país em alerta vermelha. As fontes , referem dos distritos na costa concretamente nos distritos de Angoche, Ilha de Moçambique, Mogincual, onde este deixou danos humanos e materiais. Até foram registados seis mortes, quatro no distrito de Mongicual e duas no distrito de Angoche, na província de Nampula. Enquanto o número de feridos subiu para seis.

Dos danos materiais um total de 9116 casas foram totalmente destruídas e 996 ficaram parcialmente danificadas nas províncias de Nampula e Zambézia. “Em comunicado, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique recomenda à população para identificar "abrigos temporários em locais seguros" e para não sair de casa quando as rajadas de vento forem mais intensas.‘Guardar água e comida de emergência’ e ‘colocar navios e barcos de pesca em lugar seguro’ são outros dos conselhos do INGC aos moradores dos locais atingidos. Veja aqui

O governo atravé do conselho de ministros chefiada pelo titular da Administração Estatal, Lucas Chomera, e integrando os Vice-Ministros do Turismo e da Função Pública, Rosário Mualeia e Abduremane Almeida, respectivamente, trabalha este fim-de-semana na província de Nampula, no quadro das acções de monitoria do Governo da situação de emergência provocada pelas chuvas intensas que se registam no país.
Veja aqui.


As províncias do Centro do país estão em alerta. Uma situação muito triste e precisa de ajuda à familias afectadas. Uma ajuda que pode ser vestuario, utensílios domésticos, roupas e mais de ajuda pode significar um grande gesto.
Recorde hoje é ele amanhã sou eu!

Angoche fustigada com Ciclone Jokwe

Por Abordar

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Uma viagem para Sahara enquanto Angoche




Nas pequenas Ilhas lindas de natureza, um ar puro, uma história contada pelos velhos a volta dos coqueiros. Encontramos tambem dunas de areias onde os cotis servem do seu sahara sem camelos. Parapato, terra dos cotis invejada pelos colonos abençoada pelo Deus, acarinhada pelo governo e ambicionada pelos árabos-swahilis, é uma mini Canan, um Jerusalém para Cristãos, Mecca para Muçulmanos, Nova York para Americanos, Paris para Franceses e Quebequenses.

Angoche

Angoche é um distrito localizado no Sul da provincia de Nampula, banhado pela Costa do Índico. Tendo o universo de 277412 habitantes dos quais 141593 são homens e 135819 mulheres segundo dados do Censo 2007. O distrito de Angoche ocupa uma área significativa de 2.986 km2. Este está dividido em 4 postos Administrativos, Angoche – Sede, Boila, Aúbe e Namaponda. A cidade de Angoche foi designada de António Enes até quando a independencia de Moçambique, sendo o ano de 1976 como referência de mudança do nome António Enes para Angoche. No contexto da municipalização em Moçambique, Angoche foi designado Município em 1998. A sua volta encontramos as ilhas de Coti como por exemplo: Catamoio, Calukulo, Iarupa, Kelelene, Mithupane, Mbuzu, Kilua, e outras ilhotas. A língua falada pelos nativos é o Coti, sendo uma língua ligada à etnologia dos cotis.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Calawa, um tipo de barco para chegar nas ilhotas de Coti



Angcohe, nao e uma Ilha mas esta circunadado pelas Ilhas que complementa o coti, para chegar nessas Ilhas encontramos pequenos barcos a vela, tambem tem pequenos barcos em aluguer para o turismo em contacto com as autoridades do porto de Angoche.

Angoche não é só a história

Dança Parampara
Angoche não é só a história, também encontramos um aparato sócio-cultural homogêneo que dá para visitar. Historicamente, Angoche está na referência dos Sultanatos da Costa africana que tiveram um papel importante no comercio na região do Indico fazendo ligação costa e o interior de África, principalmente o interior de Moçambique. Dos países que Angoche desenvolveu a rota do comércio figura a actual Tanzania outrora Tanganyika e Zanzibar, Ilha das Maurícias, Madagáscar e outras pequenitas Ilhas da Costa do índico. Tendo contacto com os estados do interior de Moçambique como é o caso dos Estados Ayao (Mataka, Makanjila e outros). (Fonte: História de Moçambique, Primeiro volume antiga edição sob direcção do Carlos Serra). Essa dinâmica Angoche cognominado pelos nativos como Parapato teve influências como a religião e alguns usos e custumes árabo-swahilis. Essa influência também reflectiu-se na língua, que é o Coti, actualmente fazendo parte das línguas nacionais em investigação e estudada na Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique, na Faculdade de Letras e Ciências Sociais. Coti é uma língua falada sómente em Angoche dentro de Moçambique faltando dados concretos a sua expansão pelo mundo fora, tendo similaridade dentro de Moçambique com algumas línguas árabo-swahilis da costa como kimwani, Swahili, e etc.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Isto de amor

Por: Mussa Raja

Isto de amor, constitui o inicial desta pequenita escritura. Nao pretendo confrontar com as definicoes classicas e medievais, porem, pretendo definir o termo AMOR da forma como sinto. Todo o homem e um animal sentimental que detem um certo grau de sentidos com outrem e seu meio ambiente (plantas, animais domesticos e selvagens, objectos qualquer, livros, ciencia, ate certo ponto com a comida que ingerimos e digerimos). Com isso, esse sentimento pode ser interpretado de varias formas, actuacao, tratamento com quem, para quem e para que. E essa forma que muitos se baseiam na definicao de amor. Viajando para os tempos remotos das cantigas de amor, amigo e mais, essa definicao nao foge da assumpcao acima referida.
Para mim, o amor nao passa de uma viagem, frustracao, relaxamento, amizade, utopia ainda mais ignorancia. A viagem em que nos emprendemos quando amamos a alguem seja qual for familia, amigo e mais. O esforco que estendemos para alcancar a alguem que pretendemos nao de surpresa, mas que passa pela segunda vista, sentimos um impulso de navegar, voar ate trazer uma imagem ficticia a nossa frente. Uma viagem sem destino que nos guia por vezes a abismo sentimental, frustracoes, isto e, uma viagem do amor sem reparar o quao e quem nos amamos. As vezes navegamos nas almas de quem sentimos o gosto de conviver e ver consequentemente caimos na utopia e engano. Almejamos os sentimentos de vista e alegramos os sentimentos da vida para com quem amamos.
Amor na familia, passa pelos passos da amizade tendencias da defesa linhageira considero como uma economia de amor, que por vezes ajuda a relaxar a alma. Entretanto, essa alma cansa de amar a quem da linhagem, cansa conviver na famailia procura amar a familia d'outrem. Dai, que transcedemos algumas definicoes que presumem no amor como defesa da linhagem e economia de amor. Procuramos fazer pactos com outro grupo distinto individualmente para alcancar o objectivo sentimental. Esse objectivo mal entendido na era do pos modernismo vulgarmente o contemporraneo atravessa as metas morais e educacionais, na medida em que o sentido de amor e a sua execucao e ambigua situacionalmente e temporariamente. Uns consideram amor como uma paixao, gosto e mais. Enquanto para outros, os economicistas, consideram amor como algo motor. Para alcancar uma coisa d'outrem seja qual for, mas desde que esteja na mira de contentamento de ambos, nao passa de pactos de amor externamente, interesse economico "Quem tem tera a quem para amar e sera amado". Para esses ultimos amor nao passa de um interesse que transcende os sentimentos, que por vezes ha confusao nesse aspecto parece hipocresia, visto que o amor neste sentido esta em paralelo com outros interesses. Claro, todo relacionamento e interesseiro ate certo ponto, mas ha um relacionamento em que esse jogo de interesse a fins nao cola. Debaixo das duas perpsectivas existe a definicao de amor que se relaciona em actos como sexo, namorar e amizade. O sexo domina esses outros pontos de amor, emprendemos, depositamos fianca e confianca a alguem oposto do nosso sexo, as vezes caimos na senta do sexo. (atencao, nao estou a falar de amor familiar e amigos). O sexo e usado ate para definir "inversalmente o amor"- "quando alguem diz vou fazer amor" a referirfazer sexo com alguem nao a ama.
Na minha assumpcao, este e mal empregue porque pode-se fazer o sexo com alguem que nao amamos, mas temporariamente envolvemo-nos. Dai, que a minha assercao desta tematica de amor e continua, precisando mais indagacoes.
Contudo, modernamente o amor mudou o sentido na sua definicao ate influenciando na execucao do termo. Assim como mudou o termo ou conceito Namorar/Namorado que iremos abordar aqui mais logo.


(Atencao, esta informacao e situacional espacalmente e temporariamente seguindo o contexto daquilo em que vivo dia-a-dia em Mocambique. Pode sofrer de criticas mas nao se esqueca de considerar o aspecto contexto).

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Onde vou viver

Por: Mussa Raja

O tempo passa sempre nao me avisa

alegria que me toca mas nao me convida

isto e, inferno tudo de bom esta vermelho
sangue esta azul, uva esta preta, que santidade perde
as nuvens estao serradas com tampa amarela sentando encima dela um velho

Malicia que por vezes tornam-se fiticia qusetiono a mi where are we? onde estamos
onde estamos so pode ser no praiso dos pobres e inferno dos ricos
xantagens, ameacas e pula pulas marcam alimento para os soberanos
ricos, pobres partilham o meu copo, copo de cafe e de ...

Questiono onde eu vou se isto e inferno, tudo de bom esta velho
Esta longe do meu cabelo, da minha honra e da liberdade
Papa e mama onde vamos com as camisas rasgadas cheias de nodoas erguida
Ha ha, o hey e a palavra do dia para descansar de sofrimento deonde vivemos
Mulheres envenenadas de melancolias, homens de alegrias, criancas de saudade


Mas eu onde vou parar sem nada, nada de bom, nada de nada
Triste sou..alegre era. Era quando minha reputacao estava na montra das cidades belas e velhas
Velhas de maldade, longe de ser novas na sinceridade..mas que esta ai mesmo sao os esses, ricos
Cidade cimentadas de lixo, habitadas pelos mendigos, ainda pelos malfeitores
Desmascaram a verdade, trocam as pecas de carro com as de bicicleta

Pergunto assim onde eu vou..hi parece que o ceu esta cheio, a terra esta ocupada de santidade
Santidade da vicitude, politica, corrupcao, mentira nao digo..sera aqui tenho espaco para passar
Oh..ajude-me a viver em paz com sem politica, mentira nem corrupcao

O deixa andar amigo de Xiconyoca, deixa deitar lixo na porta de casa
Deixa passar carros sem livrete, ainda grita corrupto, mas quem esta ai?
Where are we, onde estamos nos e onde vou viver

Talvez nos cabarez, cinagogas, mesquitas e igrejas..nao